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Reforma Tributária e o Simples Nacional: escolha certa faz toda a diferença
Com a nova reforma tributária, empresas do Simples Nacional precisam decidir entre manter o modelo atual ou migrar para o regime híbrido, que possibilita o crédito tributário em etapas anteriores da cadeia. Essa escolha é estratégica: pode reduzir custos, garantir competitividade e atrair grandes clientes — ou, na falta de créditos, resultar em perda de mercado e no aperto do fluxo de caixa.
Neste artigo, você vai descobrir como funciona a apuração separada de IBS e CBS, quais exigências contábeis devem ser observadas e por que acompanhar o pagamento de tributos pelos seus fornecedores é fundamental. Prepare-se para as fases de implementação entre 2026 e 2032 e garanta a melhor decisão para o seu negócio.
Risco de perder clientes: o alerta para empresas do Simples
Empresas do Simples que optarem por permanecer no modelo atual ficarão sem acesso aos créditos tributários gerados na cadeia de produção. Isso pode afastar clientes corporativos, que buscam fornecedores capazes de oferecer abatimentos e reduzir custos de aquisição.
- Perda de competitividade: compradores B2B privilegiam fornecedores híbridos para abater impostos.
- Queda no faturamento: contratos são direcionados a empresas que oferecem crédito tributário.
- Margem mais apertada: sem abatimento, o preço final dos produtos ou serviços fica menos atraente.
- Dificuldade de renegociação: clientes devem escolher quem contribui para a redução de custos na cadeia.
O impacto é imediato: ficar fora do modelo híbrido significa ver a carteira de clientes encolher e a receita declinar. Avalie com cuidado essa decisão ainda na fase de testes para evitar perdas e manter a saúde financeira do seu negócio.
Modelo atual x modelo híbrido: prós e contras na comparação
No modelo atual do Simples Nacional, todas as alíquotas de PIS, Cofins, ICMS e ISS são recolhidas de forma unificada no Documento de Arrecadação do Simples (DAS), sem distinção por etapa da cadeia produtiva. Isso simplifica a rotina contábil, mas impede o aproveitamento de créditos tributários.
- Tributação unificada: recolhimento único via DAS, sem detalhamento de IBS ou CBS.
- Menor complexidade: exigências fiscais e contábeis mais enxutas.
- Fluxo de caixa estável: sem pagamento antecipado de tributos.
Já o modelo híbrido prevê:
- Apuração separada de IBS e CBS: cálculo individualizado dos futuros impostos sobre consumo estadual, municipal e federal.
- Crédito tributário: possibilidade de abater impostos pagos em etapas anteriores, reduzindo o custo de aquisição de insumos.
- Controles mais rigorosos: notas fiscais devem discriminar valores de IBS e CBS, exigindo maior detalhamento contábil.
Em resumo, o regime híbrido tende a aumentar a competitividade junto a clientes B2B, ao custo de maior complexidade operacional e necessidade de ajustes na gestão fiscal.
Como funcionam os créditos tributários e quando eles valem a pena
No regime híbrido, créditos tributários são gerados sempre que você adquire insumos ou serviços e paga IBS, CBS ou outros tributos incidentes na etapa anterior. Esses valores pagos entram como crédito e podem ser abatidos diretamente do imposto devido na hora da venda.
Para aproveitar esse benefício, é fundamental conferir se seus fornecedores estão em dia com o recolhimento dos tributos correspondentes. Sem a comprovação de pagamento, o sistema da Receita Federal não libera o crédito para o adquirente.
- Verificação de notas fiscais: garanta que cada documento discrimine corretamente os valores de IBS e CBS.
- Checagem de regularidade fiscal: consulte periodicamente o CNPJ de fornecedores para confirmar o adimplemento dos impostos.
- Registro contábil detalhado: mantenha sistema de gestão atualizado para relacionar créditos gerados e abatimentos realizados.
O uso de créditos é vantajoso quando sua empresa tem volume significativo de compras tributadas e opera na cadeia B2B. Nesse cenário, o abatimento reduz o custo de insumos, amplia margens e torna seus preços mais competitivos. Avalie os valores envolvidos e o grau de complexidade operacional antes de migrar para o modelo híbrido.
Organização contábil e fluxo de caixa: desafios a superar
O regime híbrido exige notas fiscais detalhadas, com discriminação de IBS e CBS, valores unitários e base de cálculo de cada tributo. Essa granularidade aumenta a carga de trabalho contábil e demanda sistemas de gestão capazes de processar essas informações.
Além disso, o pagamento antecipado dos tributos — necessário para gerar créditos — pode reduzir a liquidez imediata e alterar a dinâmica financeira do negócio.
- Planejamento de caixa: projete entradas e saídas com base no calendário fiscal, reservando recursos para os tributos de cada etapa;
- Conciliação contábil frequente: faça fechamentos diários ou semanais para identificar divergências e garantir lançamento correto dos créditos tributários;
- Automatização de processos: utilize softwares que extraiam dados das notas fiscais eletrônicas e calculem créditos automaticamente;
- Reserva de contingência: mantenha um fundo para cobrir variações no pagamento antecipado e evitar apertos de caixa;
- Capacitação da equipe: treine colaboradores para emissão, conferência e registro de documentos fiscais com alto nível de detalhamento.
Com esses cuidados, sua empresa minimiza riscos, aproveita ao máximo os créditos tributários e mantém a saúde financeira em dia mesmo diante das novas exigências do regime híbrido.
Prazos da reforma: prepare-se para cada fase
O cronograma de implantação da reforma tributária foi estruturado em fases para garantir adaptação gradual de empresas e sistemas fiscais. Confira os principais marcos entre 2026 e 2032:
- 2026 (fase de testes): operação piloto do novo sistema da Receita Federal, com alíquota única de 1% aplicada sobre CBS e IBS. Não há cobrança efetiva neste período, permitindo ajustes operacionais e correções de falhas no split payment.
- 2027: extinção definitiva do PIS e da Cofins. Início do modelo de split payment para a CBS (tributo federal), focado em transações B2B. Nesse estágio, empresas passam a pagar e gerar créditos automaticamente pela plataforma da Receita.
- 2029 a 2032: transição gradual do ICMS estadual e do ISS municipal para o IBS (imposto sobre o consumo dos estados e municípios). As alíquotas de ICMS e ISS serão reduzidas ano a ano, enquanto o IBS sobe progressivamente até atingir as alíquotas definidas no novo regime.
Entender essas etapas ajuda a planejar investimentos em tecnologia, treinar equipes e ajustar fluxos de caixa para atender aos novos prazos e requisitos fiscais.
Conte com a JCC Assessoria Contábil e acompanhe nosso blog para mais dicas
Na JCC Assessoria Contábil, acompanhamos cada fase da reforma tributária e oferecemos suporte especializado para a transição ao modelo híbrido. Nossa equipe auxilia na revisão detalhada de notas fiscais, na implementação de controles precisos de créditos tributários e no planejamento do fluxo de caixa, garantindo que seu negócio se adapte sem sobressaltos.
- Consultoria na escolha do regime mais vantajoso;
- Configuração de sistemas de gestão fiscal;
- Orientação na conferência de créditos tributários;
- Monitoramento contínuo de conformidade com o Simples.
Para não perder nenhuma atualização e receber dicas práticas, acesse nosso blog diariamente. Fique por dentro de procedimentos, prazos e melhores estratégias para manter sua empresa em dia e competitiva.
Fonte Desta Curadoria
Este artigo é uma curadoria do site G1. Para ter acesso à matéria original, acesse Reforma tributária: parte das empresas do Simples terá que optar por modelo novo ou antigo; entenda vantagens e desvantagens