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Simples Nacional Híbrido: o que muda na competitividade das pequenas empresas com a Reforma Tributária
Alerta: a Reforma Tributária pode impactar diretamente sua competitividade
Em 2026, a Lei Complementar 214/2025 entra em vigor e vai transformar a forma como você lida com impostos. O novo modelo de IVA dual (IBS e CBS) substitui benefícios fiscais locais por um sistema uniforme de créditos.
Se sua empresa se mantiver no Simples Nacional tradicional, ficará impedida de destacar tributos na nota e, com isso, de gerar créditos para seus clientes. Esse cenário pode levar à:
- Perda de contratos em cadeias B2B;
- Desvantagem frente a concorrentes em Lucro Presumido ou Real;
- Redução do poder de negociação em grandes operações.
Por isso, conhecer o Simples Híbrido é essencial para manter sua competitividade.
Alerta: a Reforma Tributária pode impactar diretamente sua competitividade
Prepare-se: a partir de janeiro de 2026, a aprovação da Lei Complementar 214/2025 instaura o novo IVA dual (IBS e CBS) e elimina as isenções estaduais e municipais que, até então, eram um importante diferencial competitivo para as pequenas empresas.
Sem a capacidade de destacar os tributos na nota fiscal e gerar créditos para seus clientes, as optantes do Simples Nacional tradicional correm o risco de enfrentar:
- Desvalorização em negociações B2B ao não oferecer créditos fiscais;
- Perda de contratos para concorrentes enquadrados no Lucro Presumido ou Real;
- Aumento no custo efetivo das vendas ao consumidor final, reduzindo margem de lucro.
Entender o Simples Híbrido torna-se imprescindível para transformar esse cenário de ameaça em oportunidade de manter e até ampliar sua competitividade no mercado.
Panorama do Simples Híbrido e do novo modelo tributário
Aprovada em junho de 2025, a Lei Complementar 214/2025 inicia em janeiro de 2026 a maior mudança tributária das últimas décadas no Brasil. A medida cria um modelo de IVA dual, composto pelo IBS (Imposto sobre Bens e Serviços de competência estadual e municipal) e pela CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços de âmbito federal), substituindo gradualmente o regime atual que reúne ICMS, ISS, PIS, Cofins e IPI.
Durante o período de transição, que vai até 2032, as empresas lidarão simultaneamente com os dois sistemas: de um lado, os tributos tradicionais com suas isenções e benefícios locais; de outro, o novo IVA dual, baseado na geração e no aproveitamento de créditos fiscais uniformes em todo o país. Esse mecanismo padroniza o tratamento tributário e elimina a chamada guerra fiscal entre estados e municípios.
- Modelo atual: cada tributo é recolhido separadamente, com incentivos regionais e regimes especiais;
- IVA dual: unificação em IBS e CBS, com destaque na nota fiscal e geração de créditos padronizados;
- Período de convivência: sistemas paralelos de 2026 a 2032, até a consolidação total do IVA em 2033.
Transição para o IVA dual
A partir de janeiro de 2026 e até dezembro de 2032, as empresas brasileiras enfrentarão um regime de transição em que convivem o modelo tributário atual (ICMS, ISS, PIS, Cofins e IPI) e o novo IVA dual (IBS e CBS). Durante esse período, será obrigatório destacar IBS e CBS nas notas fiscais, gerar créditos padronizados e, ao mesmo tempo, cumprir as obrigações relativas aos tributos tradicionais.
Além disso, todas as isenções, reduções e benefícios fiscais concedidos por estados e municípios deixarão de vigorar gradativamente, unificando o tratamento tributário em todo o país. Para garantir a conformidade, as empresas deverão manter registros separados, controlar créditos e débitos de cada tributo e ajustar sistemas e processos internos.
Principais exigências na transição:
- Emissão de notas fiscais com destaque de IBS e CBS, além do cálculo tradicional;
- Convivência simultânea dos sistemas antigo e novo, com registros e controles paralelos;
- Gestão dos créditos de IBS e CBS para aproveitamento futuro;
- Revogação progressiva das isenções estaduais e municipais.
Em janeiro de 2033, o IVA dual passa a vigorar de forma plena, encerrando de vez a antiga sistemática e consolidando um modelo tributário mais uniforme e transparente em todo o país.
Impactos no Simples Nacional
No modelo tradicional do Simples Nacional, todos os tributos são recolhidos em uma única guia (DAS) e não há destaque de IBS e CBS nas notas fiscais. Isso impede que o cliente se credite desses valores, eliminando um importante mecanismo de redução de custos para quem compra de você.
Sem a geração de créditos fiscais padronizados, as optantes do Simples Nacional enfrentam:
- Desvantagem em cadeias B2B, onde fornecedores que geram créditos são preferidos;
- Risco de perder contratos para empresas de Lucro Presumido ou Lucro Real, que oferecem abatimento de IBS/CBS;
- Maior custo efetivo das operações, reduzindo a competitividade do preço final.
Para evitar esse desequilíbrio, o Simples Híbrido foi proposto com o objetivo de:
- Permitir o destaque e o recolhimento separados de IBS e CBS, gerando créditos para os clientes;
- Manter a simplicidade do DAS para IRPJ, CSLL e contribuições previdenciárias;
- Colocar pequenas e médias empresas em condições semelhantes às de regimes maiores, sem exigir migração imediata ao Lucro Presumido ou Real.
Vantagens e desafios do Simples Híbrido
O Simples Híbrido traz um conjunto de benefícios que pode impulsionar a competitividade de prestadores de serviços, ao mesmo tempo em que mantém parte da simplicidade do regime atual.
- Destaque de IBS e CBS na nota fiscal, gerando créditos para clientes B2B;
- Manutenção da guia única (DAS) para IRPJ, CSLL e contribuições previdenciárias;
- Melhor posicionamento em negociações empresariais, com possibilidade de reduzir o custo efetivo da compra;
- Aumento da transparência fiscal, facilitando auditorias e revisões tributárias;
- Potencial de atração de novos contratos ao oferecer vantagens fiscais comparadas a concorrentes.
Por outro lado, a implementação do Simples Híbrido exige disciplina operacional e investimentos em processos contábeis.
- Emissão de notas fiscais detalhadas, com destaque separado de IBS e CBS;
- Controle rigoroso de créditos e débitos desses tributos;
- Adaptação de sistemas de gestão (ERP) para registrar e acompanhar o novo fluxo;
- Cumprimento de obrigações acessórias específicas ao IVA dual durante a transição;
- Treinamento de equipe e revisão periódica de processos para evitar inconsistências.
Como avaliar se o Simples Híbrido faz sentido para sua empresa
Antes de optar pelo Simples Híbrido, avalie cuidadosamente suas características operacionais, fiscais e comerciais. Responda às perguntas-chave a seguir para identificar se esse modelo traz benefícios reais à sua empresa:
- Quem é o seu cliente principal: empresas (B2B) ou consumidor final (B2C)?
- Qual a proporção de suas vendas em que seus clientes poderão aproveitar créditos de IBS e CBS?
- Qual o perfil dos seus custos e insumos tributados: há volume suficiente para gerar créditos relevantes?
- Como está a maturidade da sua gestão fiscal e de processos internos para controlar créditos, débitos e emitir notas com destaque de tributos?
- Quais serão os investimentos necessários em sistemas (ERP) e treinamento de equipe para adotar o híbrido?
- Como seus contratos atuais lidam com ajustes de preço e cláusulas de recomposição tributária?
- Qual o impacto no seu fluxo de caixa ao recolher IBS e CBS separadamente, em comparação ao DAS único?
Próximos passos para não ficar para trás
Para não ficar para trás na transição para o Simples Híbrido, comece adotando um plano de ação estruturado. Sem demora, simule diferentes cenários tributários comparando o modelo tradicional e o híbrido, avaliando o impacto no preço de venda e no fluxo de caixa.
- Revisão de contratos: inclua cláusulas de recomposição de preços e ajuste tributário, protegendo sua margem em negociações B2B.
- Organização fiscal: atualize seu ERP ou sistema de gestão para destacar IBS e CBS nas notas fiscais e registrar créditos e débitos corretamente.
- Controle de processos: estabeleça rotinas internas para emissão, conferência e armazenamento de documentos, garantindo conformidade durante o período de transição (2026–2032).
- Consultoria especializada: envolva seu contador ou consultoria tributária desde já para orientar na apuração de tributos, treinamento da equipe e cumprimento das novas obrigações acessórias.
Com essas etapas, sua empresa estará preparada para aproveitar oportunidades de crédito, manter a competitividade e minimizar riscos fiscais ao longo dessa mudança histórica.
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Fonte Desta Curadoria
Este artigo é uma curadoria do site Jornal Contábil. Para ter acesso à matéria original, acesse Simples Nacional Híbrido: como a Reforma Tributária pode mudar a competitividade das pequenas empresas