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Reforma Tributária 2026: Desvantagens e desafios para as empresas do Simples Nacional
Em 2026, com o início da transição da reforma tributária, o Simples Nacional enfrenta um cenário desafiador. Segundo o IBPT, das 27 milhões de empresas ativas no Brasil, 19,2 milhões (72,5%) optam pelo Simples e mais de 70% atuam no modelo B2B, correndo risco de perder competitividade.
Ao permanecer no regime simplificado, prestadores de serviços que vendem para outras empresas não gerarão créditos de CBS, ficando em desvantagem frente a concorrentes que adotarem o sistema de débito e crédito. Neste artigo, abordamos os principais impactos, o conceito de não cumulatividade e como avaliar sua estratégia tributária antes de 2026.
O perigo à competitividade das empresas do Simples Nacional
O IBPT alerta que, das mais de 27 milhões de empresas ativas no Brasil, 19,2 milhões (72,5%) são optantes do Simples Nacional. Dessas, mais de 70% operam no modelo B2B, atendendo principalmente outras empresas e não o consumidor final. O risco? Perder vantagem competitiva diante de concorrentes que migrarem ao novo regime tributário.
- 72,5% das empresas ativas estão no Simples Nacional;
- Mais de 70% das optantes vendem exclusivamente para outras empresas;
- Concorrentes que adotarem o regime de CBS/IBS gerarão créditos tributários, reduzindo custos.
Em um case hipotético, uma agência de marketing digital que fatura R$ 3 milhões ao ano e mantém contrato apenas com clientes corporativos pode deixar de oferecer preços competitivos se não gerar créditos de CBS. Sem essa redução de custo, seus serviços ficam mais caros, afastando potenciais parceiros do segmento B2B.
Entenda as mudanças trazidas pela CBS e IBS
Com a reforma, as alíquotas de PIS e Cofins são unificadas na CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), enquanto ICMS e ISS se fundem no IBS (Imposto sobre Bens e Serviços). O objetivo central é a não cumulatividade: o tributo pago em cada etapa da cadeia produtiva pode ser abatido do valor devido na etapa seguinte.
- CBS: substitui PIS/Cofins e adota alíquota única, permitindo crédito integral do imposto incidente em insumos e serviços;
- IBS: consolida ICMS e ISS num imposto de competência mista, também não cumulativo, com créditos acumuláveis ao longo da cadeia de consumo;
- Não cumulatividade plena: empresas obrigadas ao regime de débito e crédito descontam o tributo pago em aquisições, reduzindo a carga efetiva.
Na prática, um comprador B2B paga a CBS/IBS embutida no preço dos insumos e deduz esse valor do imposto a recolher. Sem esse mecanismo, as empresas do Simples não geram créditos e arcam com o custo integral da tributação, encarecendo seus produtos e serviços frente a concorrentes que se beneficiam da não cumulatividade.
Quem pode sair perdendo: B2B x B2C
Nem todas as empresas do Simples Nacional terão o mesmo impacto com a reforma. O perfil de clientes e a estrutura de custos definem quem sai perdendo ou ganhando competitividade.
- Empresas B2B: prestadores de serviços e fornecedores de insumos para outras empresas enfrentam maior desvantagem. Sem gerar créditos de CBS/IBS, ficam com custo integral embutido no preço. Exemplo: uma consultoria de TI que fatura R$ 2 milhões ao ano e presta serviço apenas para corporações pode ter seus honorários até 12% mais altos que concorrentes que aproveitam créditos tributários.
- Empresas B2C: com foco em consumidor final, mantêm boa competitividade no Simples. Como o cliente não desconta tributos, a diferença de custo é irrelevante. Exemplo: uma padaria de bairro que gera faturamento de R$ 500 mil não sofrerá variação significativa nos preços de pães e salgados.
- Microempreendedores Individuais (MEIs): por terem custos básicos (mão de obra e poucos insumos), não se beneficiam dos créditos e, portanto, não perdem competitividade. Exemplo: um cabeleireiro autônomo que atua como MEI, com despesas limitadas a água, luz e material descartável, mantém sua margem de lucro sem alterações relevantes.
Passos para avaliar sua estratégia tributária
Com a reforma em transição a partir de 2026, é fundamental que as empresas do Simples Nacional façam um diagnóstico detalhado de sua operação antes do prazo. Essa análise deve considerar o perfil de vendas, o faturamento e o potencial de geração de créditos de CBS/IBS, de modo a antecipar ajustes na precificação e no modelo de tributação.
- Segmentação da carteira de clientes: identifique a proporção de vendas B2B (empresas) e B2C (consumidor final) para entender quem poderá exigir descontos tributários.
- Mapeamento do faturamento anual: compare o faturamento histórico com os limites do Simples Nacional e simule cenários de crescimento até 2026.
- Cálculo dos insumos e serviços que geram créditos: estime o valor de CBS/IBS recuperável na cadeia produtiva caso migre para o regime de débito e crédito.
- Análise de precificação: avalie o impacto dos créditos na formação de preços e na competitividade frente a concorrentes que optarem pelo novo regime.
- Elaboração de cronograma de ação: defina etapas para revisar contratos, ajustar sistemas de emissão e capacitar a equipe fiscal até o início da transição.
Quanto mais cedo essas etapas forem iniciadas, maior será a margem de manobra para ajustar processos, negociar com clientes e garantir conformidade sem surpresas no orçamento.
Como a JCC Assessoria Contábil pode apoiar sua empresa
Durante a transição tributária, a JCC Assessoria Contábil atua como parceira de planejamento e compliance, garantindo que cada etapa esteja alinhada às novas exigências da CBS e do IBS.
Para oferecer esse suporte, a JCC disponibiliza:
- Diagnóstico tributário: mapeamento detalhado de custos e potenciais créditos para simulação de cenários;
- Planejamento estratégico: definição de cronogramas e fluxos de trabalho para revisão de contratos, emissão de notas e adequação de sistemas;
- Monitoramento legislativo: acompanhamento contínuo das atualizações da reforma para antecipar ajustes necessários;
- Capacitação de equipe: treinamentos e workshops para preparar colaboradores em processos de controle e compliance;
- Implementação de sistemas: suporte na parametrização de softwares de gestão contábil e fiscal para registro correto de créditos e débitos.
Essa abordagem integrada reduz riscos, evita penalidades e facilita o aproveitamento de créditos tributários, ajudando sua empresa a manter a conformidade e a competitividade durante e após o período de transição.
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Fonte Desta Curadoria
Este artigo é uma curadoria do site ISTOÉ DINHEIRO. Para ter acesso à matéria original, acesse Reforma tributária criou desvantagem para empresas do Simples, diz diretor do IBPT