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Reforma Tributária IBS e CBS: Prepare Seus Preços para Não Perder Margens em 2026
Em janeiro de 2026, a entrada em vigor do IBS e da CBS substituirá os atuais tributos sobre consumo e transformará completamente a formação de preços de serviços.
Quem não revisar agora sua política de valores corre sério risco de encarar uma margem de lucro menor, já que a nova carga tributária pode chegar a quase 20% do faturamento. Adotar ajustes estratégicos desde já é a única forma de evitar perdas financeiras e manter a competitividade no mercado.
Reforma tributária pode reduzir sua margem de lucro sem aviso
A partir de janeiro de 2026, a nova sistemática do IBS e da CBS pode reduzir em até 20% a receita líquida dos serviços se os honorários não forem reajustados. Muitos prestadores correm o risco de absorver parte da cobrança extra sem se dar conta, comprometendo caixa, fluxo financeiro e a própria sustentabilidade do negócio.
Sem um planejamento prévio, a falta de revisão nos contratos e tabelas de preços tende a resultar em margens apertadas, maior vulnerabilidade ao aumento de custos e perda de competitividade. A transição exige ação imediata para evitar surpresas no fechamento de contas e manter a rentabilidade.
IBS e CBS em 2026: o que muda na formação de preços
A Lei Complementar nº 214/2025 unifica PIS, Cofins e ISS em duas novas alíquotas: o IBS e a CBS. Na prática, a carga tributária sobre serviços salta de cerca de 6,65% para 19,6%, pressionando diretamente o preço final cobrado do cliente.
- Ano-base 2025: numa cobrança de R$ 1.000, aplicam-se 3,65% de PIS/Cofins e 3% de ISS, totalizando 6,65%. Após dedução, o prestador recebe R$ 933,50.
- A partir de 2026: a alíquota padrão de 28% sofre redução de 30% (art. 127 da LC 214/25), resultando em 19,6% efetivos. Aplicada ao valor líquido de R$ 933,50, gera R$ 182,96 de impostos. O cliente vê na nota R$ 933,50 (honorários) + R$ 182,96 (impostos) = R$ 1.116,46.
Sem reajustar os honorários para repassar o novo encargo, o prestador mantém o recebimento de R$ 933,50, mas deixa de cobrar R$ 182,96 do cliente, pressionando sua margem de lucro.
Impactos por regime tributário: Simples, Presumido e Real
No Simples Nacional, a principal novidade é a aplicação do split payment, com retenção automática dos impostos e crédito direto ao prestador. Além disso, surge a possibilidade de comercializar créditos de IBS/CBS acumulados em despesas operacionais. Porém, o regime manterá obrigações acessórias simplificadas, exigindo apenas ajustes nos sistemas de emissão de notas para refletir a nova carga.
No Lucro Presumido, as alíquotas nominais passam a variar de 5,65% a 8,65%, sem direito a créditos fiscais. As empresas devem reforçar o controle das receitas e revisar a classificação das atividades para evitar desenquadramentos. A principal exigência será a escrituração eletrônica detalhada, indicando claramente o valor do IBS/CBS destacado em cada nota.
No Lucro Real, as alíquotas nominais sobem de 11,65% a 14,65%, mas há possibilidade de apropriar créditos sobre despesas como aluguel, serviços de limpeza, internet e terceirizados. Esse regime exige governança tributária mais robusta, com maior volume de obrigações acessórias — incluindo ECF, EFD-Contribuições e demonstrações contábeis completas — para suportar o aproveitamento de créditos e reduzir o impacto financeiro.
Governança e tecnologia: como estruturar sua adaptação
Para atravessar a transição do IBS e da CBS sem surpresas, é fundamental reforçar a governança interna. A adoção de processos claros e a definição de responsáveis por cada etapa garantem maior controle sobre os custos e a tributação.
- Implante sistemas integrados de gestão (ERP) capazes de gerar relatórios em tempo real sobre receitas e tributos;
- Automatize o lançamento e o acompanhamento de notas fiscais, reduzindo riscos de erro e retrabalho;
- Monitore indicadores-chave de performance (KPIs) relacionados à carga tributária e à margem de lucro;
- Estabeleça controles internos rigorosos, com verificação periódica de classificações fiscais e alíquotas aplicadas;
- Invista no treinamento contínuo das equipes, garantindo familiaridade com a nova legislação e com as ferramentas de gestão.
Com uma estrutura de governança fortalecida e tecnologia adequada, sua empresa estará preparada para ajustar preços, revisar contratos e manter a competitividade durante toda a fase de adaptação.
Estratégias práticas: simulações, ajuste de contratos e negociação
Para proteger sua margem diante das novas alíquotas de IBS e CBS, é essencial adotar um plano de ação que inclua projeções financeiras e revisões contratuais. Antecipe cenários fiscais e alinhe expectativas com seus clientes para evitar surpresas no faturamento.
- Realize simulações de diferentes alíquotas para mensurar o impacto no fluxo de caixa e na rentabilidade;
- Atualize suas tabelas de preços e inclua cláusulas de reajuste automático atreladas às variações do IBS e da CBS;
- Reveja termos de pagamento, definindo prazos mais curtos ou condições de antecipação para melhorar o caixa;
- Comunique-se de forma transparente, destacando a necessidade do ajuste e o valor estratégico dos seus serviços;
- Negocie contratos de médio e longo prazo com revisões periódicas para acomodar eventuais mudanças tributárias.
Essas ações permitem antecipar riscos, fortalecer o relacionamento com o cliente e garantir a sustentabilidade financeira do seu negócio durante toda a transição.
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A JCC Assessoria Contábil está pronta para oferecer apoio consultivo em planejamento estratégico e conformidade tributária frente às mudanças do IBS e da CBS. Nossa equipe especializada auxilia na simulação de cenários, revisão de contratos e adequação de controles internos, garantindo que sua empresa se adapte de forma segura e eficaz às novas exigências.
Com orientações personalizadas e monitoramento contínuo, ajudamos você a evitar riscos fiscais, manter a competitividade e proteger suas margens de lucro ao longo de toda a transição.
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Fonte Desta Curadoria
Este artigo é uma curadoria do site Portal Contábeis. Para ter acesso à matéria original, acesse IBS e CBS: reforma tributária muda formação de preços em 2026