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Simples Nacional em 2025: Entre a Simplicidade e a Competitividade
O novo marco do Simples Nacional, trazido pela Lei Complementar nº 214/2025, acendeu um alerta: micro e pequenas empresas correm o risco de ficarem de fora das grandes cadeias B2B ou até migrar para a informalidade para driblar obrigações mais rígidas.
O empresário agora enfrenta uma encruzilhada: manter 100% do recolhimento no DAS, preservando a simplicidade, ou destacar parte do IBS e da CBS para oferecer créditos tributários aos clientes B2B, ganhando competitividade, mas assumindo mais complexidade.
Nesta curadoria, exploramos esse dilema estratégico, apresentamos as principais novidades da reforma e apontamos alternativas para equilibrar simplicidade e competitividade no Simples Nacional em 2025.
O Perigo de Perder a Competitividade: Seu negócio pode ficar de fora das grandes cadeias B2B
Uma pesquisa recente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revela que 28% das micro e pequenas empresas foram preteridas em concorrências B2B nos últimos seis meses, após a promulgação da LC 214/2025.
Sem a possibilidade de destacar IBS e CBS no faturamento, cerca de 1 em cada 4 pequenos negócios considera migrar para a informalidade apenas para escapar das novas obrigações, segundo levantamento do Sebrae.
Esse cenário alarmante mostra que, sem adaptação, muitas empresas correm o risco de isolamento no mercado formal ou até de fechar as portas. A hora de agir é agora: entender os impactos e rever a estratégia tributária pode ser a diferença entre queda de faturamento e crescimento sustentável.
As Novidades da Reforma Tributária e a Lei Complementar 214/2025
Em 2025, o Congresso concluiu a Reforma Tributária com a edição da LC 214/2025, que institui dois novos tributos sobre o consumo: o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS). Ambos substituem tributos federais, estaduais e municipais, visando unificar e simplificar o sistema. Porém, esse novo desenho impõe decisões estratégicas aos optantes do Simples Nacional.
A LC 214/2025 prevê que o Simples permaneça ativo, mas cria uma ponte com o novo modelo. Isso significa que empresas optantes podem:
- Concentrar todo o recolhimento no Documento de Arrecadação do Simples (DAS), mantendo as regras atuais de apuração e simplificação de obrigações; ou
- Destacar IBS e CBS separadamente, permitindo que clientes B2B utilizem créditos tributários, mas exigindo maior detalhamento de notas fiscais e cumprimento de obrigações acessórias.
Essa flexibilidade busca preservar a essência simplificada do regime, mas incorpora elementos de um sistema de consumo mais moderno, colocando o empreendedor frente a um trade-off entre praticidade e competitividade.
Vantagens e Limitações de Manter-se 100% no Simples Nacional
Optar por concentrar todo o recolhimento no Documento de Arrecadação do Simples (DAS) continua atraente para muitos empreendedores, pois preserva as principais características de um regime pensado para micro e pequenas empresas.
- Simplificação fiscal: um único tributo unificado evita cálculos em diversas esferas (federal, estadual e municipal).
- Previsibilidade de custos: alíquotas definidas por faixa de receita permitem projeções financeiras mais confiáveis.
- Redução de obrigações acessórias: dispensam-se declarações e controles específicos de IBS/CBS, diminuindo a burocracia diária.
- Agilidade no cumprimento: menos checklists e relatórios facilitam a gestão operacional, liberando tempo para foco no core business.
No entanto, essa escolha traz limitações competitivas. Sem destacar IBS e CBS, o fornecedor não gera créditos tributários para seus clientes B2B, o que pode reduzir sua atratividade em negociações com grandes empresas e limitar o acesso a cadeias produtivas mais sofisticadas.
Destacando IBS e CBS: Um Passo para Ganhar Acesso a Novas Oportunidades
Ao optar por destacar IBS e CBS fora do DAS, o empreendedor repassa o valor discriminado desses tributos na nota fiscal, permitindo que seus clientes B2B utilizem créditos tributários para abater impostos futuros.
- Geração de créditos: as empresas compradoras podem compensar o IBS e a CBS destacados, reduzindo custos fiscais.
- Maior competitividade: fornecedores que oferecem créditos atraem grandes clientes e ganham preferência em licitações e contratos.
- Expansão de mercado: acesso facilitado a cadeias produtivas sofisticadas, onde a utilização de créditos fiscais é prática comum.
No entanto, essa estratégia demanda atenção redobrada às obrigações acessórias e processos internos.
- Notas fiscais detalhadas: necessidade de indicar separadamente valores de IBS e CBS em cada documento emitido.
- Controle fiscal rigoroso: registro preciso das operações para conferência de créditos e cumprimento de obrigações.
- Compliance tributário: adoção de sistemas e rotinas contábeis para evitar multas e autuações.
- Atualização normativa: acompanhamento constante de alterações nas alíquotas e regras de crédito.
Embora aumente a complexidade operacional, destacar IBS e CBS pode ser o diferencial para pequenos negócios conquistarem parcerias estratégicas e crescerem em um mercado cada vez mais exigente.
Alternativas Estratégicas: Créditos Presumidos e Transição Gradual de Regime
Para ampliar a competitividade sem abrir mão da simplificação do Simples Nacional, algumas estratégias vêm ganhando espaço junto a contadores e consultores tributários.
- Concessão de créditos presumidos de IBS/CBS: o governo pode autorizar percentuais fixos de crédito sobre vendas, reduzindo a carga efetiva sem exigir apuração individualizada.
- Crédito automático no DAS: simplifica-se a compensação de tributos ao descontar diretamente os valores presumidos na guia mensal.
- Limites escalonados: definição de faixas de receita para aplicação de créditos maiores à medida que o negócio cresce.
Outra frente promissora é a transição gradual entre regimes, evitando saltos bruscos de carga e de obrigações:
- Opção por alíquotas reduzidas no Lucro Presumido para parte do faturamento, enquanto o restante permanece no Simples.
- Períodos de adaptação: estabelecimento de janelas temporais para testes e ajustes antes da migração completa.
- Simulações periódicas de cenários fiscais e financeiros, ajustando a data de mudança conforme a performance.
- Compartimentalização de atividades: destinar segmentos de maior valor agregado ao regime mais adequado, equilibrando custos e benefícios.
Ao combinar créditos presumidos e transição escalonada, o pequeno empresário ganha espaço para crescer em mercados B2B sem perder controladoria simples, mantendo previsibilidade e evitando surpresas tributárias.
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Fonte Desta Curadoria
Este artigo é uma curadoria do site Folha de S.Paulo. Para ter acesso à matéria original, acesse Simples Nacional enfrenta desafio de equilibrar simplicidade e competitividade após reforma





